Acupuntura Sem Fronteiras: Um Relato do Professor Marcos Yau
Parceiro da unidade da Faculdade EBRAMEC em Maringá, Yau, conta como foi participar de um projeto social na Ásia
Durante quase 6 meses, fiz trabalho voluntário como acupunturista e fitoterapeuta chinês no Monastério Pa Auk em Mawlamyine, Mianmar, na Clínica Comunitária Gratuita & Instituto de Acupuntura de Ananda Nagar e no Hospital de Caridade Abha Seva Sadan, na Bengala Ocidental, Índia, na Clínica e Posto de Saúde Vajravarahi no Vale de Kathmandu, Nepal e na Clínica Thrangu no Monastério Tibetano Thrangu Tashi Yangtse localizado no vilarejo de Namo Buddha, Nepal.
A experiência vivida foi única, emocionante e muito gratificante. Cada lugar proporcionava uma experiência diferente, tanto culturalmente, com etnicidade, idioma, alimentação, costumes e tradições distintas, quanto geograficamente. A geografia, apesar de serem países vizinhos, variava de clima semi-árido com solo arenoso onde pouco se colhia, para florestas tropicais em período de monções a monastérios construídos no topo das montanhas do Himalaia.
Os casos clínicos eram dos mais variados. As condições causadas pela extrema pobreza eram o que mais comoviam. O subdesenvolvimento físico e mental, juntamente com outras enfermidades causadas pela desnutrição lotavam as macas improvisadas. Tratávamos bebês de poucos meses de vida a anciões quase que centenários. Algumas clínicas comunitárias, como a de Ananda Nagar, chegavam a atender 86 vilarejos vizinhos e muitas vezes a acupuntura era a única forma de acesso à saúde que tinham. Chegávamos a atender até uns 60 pacientes por dia e em dias com chuvas muito fortes em que os pacientes não conseguiam chegar, realizava treinamento para os acupunturistas e monges.
Um caso que ficou especialmente guardado na memória era de um pai com filho pequeno que ambos sofriam de enxaqueca crônica. Eles moravam em um vilarejo nas montanhas do Himalaia e precisavam de cerca de 4 horas de caminhada para chegar na clínica. Saiam de madrugada com uma lanterna para seguir a trilha nas encostas das montanhas e sempre eram um dos primeiros a chegar. Na segunda sessão as dores que antes sentiam diariamente foram embora, mas ficou um forte sentimento de gratidão. O pagamento que recebia dos pacientes era com sorrisos, com gestos, às vezes com pepinos e hortaliças, mas na maioria das vezes, era com o fechar dos olhos, com as mãos juntas em frete ao tórax e um simples “Namastê”. E não há nada no mundo mais gratificante do que isso.
Atualmente, existem dezenas de ONGs e instituições que necessitam de auxílio, seja por doações ou por trabalho voluntário. Estão localizados principalmente em regiões carentes da Ásia, África e América Latina. Existem grupos que oferecem tratamento emergencial às vítimas de terremotos, furacões, enchentes e outras catástrofes. Algumas estão localizadas em favelas e outras em locais remotos onde o sistema de saúde básico não chega. Qualquer ajuda é sempre bem-vinda. Precisam de acupunturistas, massoterapeutas, quiropraxistas, fitoterapeutas ou qualquer outro terapeuta que deseja ajudar pessoas em necessidade. Nós da Faculdade de Tecnologia EBRAMEC incentivamos os profissionais a se juntarem nessa nobre causa e vivenciar uma experiência única na vida!
Veja mais fotos desse projeto: