Aromaterapia: tratamento que vem da natureza
Especial Dia da Natureza
Foto: Pixabay |
Sentir-se mais tranquilo em meio a um campo de lavanda não é apenas uma impressão. O óleo essencial que é extraído da flor tem realmente efeitos calmante e antidepressivo. Entender estas propriedades das plantas e suas aplicações é a base da aromaterapia. A prática milenar, como o próprio nome indica, é a terapia que cura através dos aromas extraídos de ores, raízes, folhas, sementes, ervas, madeiras e resinas, utilizado na prevenção e no tratamento de doenças físicas e psicológicas.
A consultora e professora de aromaterapia, mindfulness, Florais de Bach, Programação Neurolinguística (PNL) e Reiki Andrea Darco explica que estes óleos promovem uma interação química no corpo, cada um agindo em áreas especícas. “É preciso estudar a composição da planta. O vetiver, por exemplo, é uma planta com uma raiz longa, usada para conter erosão. Emocionalmente, vai trabalhar o enraizamento. Indicado para uma pessoa que pensa muito, não consegue focar”, demonstra. O óleo essencial é extraído por destilação e pode ser aplicado em aromatizadores, creme, base gel, manteigas, mel, argila e xampu, condicionar ou sabonete de base neutra.
Na entrevista abaixo, Andrea explica como saber qual o óleo mais indicado para cada situação.
O que é o óleo essencial?
O óleo essencial é para a planta o que nosso sangue é para o corpo. Em todas as alterações que a planta precisa para sobreviver, ele vai se ajustar. E cada planta produz o óleo essencial em uma parte diferente, na raiz, no tronco, na casca, nas folhas, na or. Por isso tem as diferenças de indicações. Um óleo herbal vai trabalhar mais as vias aéreas, por exemplo, enquanto um óleo de raiz vai trabalhar mais a parte estrutural.
Qual a relação da linguagem do corpo com a aromaterapia?
Linguagem do corpo é um método de diagnóstico. Nós somos 10% de consciente e cerca de 90% inconsciente. Então, a forma que esse inconsciente tem de trazer as mensagens do que não está bom pro consciente através do corpo. E aí esse estudo, a metafísica da saúde, a linguagem do corpo, vai trabalhar decodificando essas informações. Por exemplo, lado direito interpreta como questões com mulheres, esquerdo com homem, braço é trabalho, perna é caminhar, o braço é passado, o antebraço é futuro. Tem toda essa decodificação, que vai olhar também os órgãos: fígado é raiva, rins é medo do futuro. Então, tenho uma tendinite no braço porque braço é trabalho. Se for do lado esquerdo, é um homem que eu sinto, porque dou esse poder para ele, que não está reconhecendo o meu trabalho. Fico com ele inamado, que é um sentimento de raiva, e aí é como se o inconsciente dissesse: “tá vendo, agora não trabalho, agora você vai sentir a minha falta”.
Como funciona o método?
Trabalho muito mais o preventivo, a psicoaromaterapia. Se você tem um medo, vamos trabalhar a segurança. Não vamos trabalhar essencialmente o medo, mas o que gera esse medo. Vou pegar muito a causa e não o efeito, e trazer para a consciência, porque às vezes a pessoa não consegue nem perceber. Não adianta trabalhar a raiva, por exemplo. Tem que se perguntar: raiva do quê? Vamos trabalhar o que está desencadeando a raiva, porque a raiva é só efeito. Vamos trabalhar metas e objetivos.
Óleo essencial pode ser ingerido?
É natural, mas tem interações químicas no nosso corpo que precisam de um estudo de siologia, de química, para saber. O grapefruit, por exemplo, é um óleo que se eu ingerir com um tipo de antibiótico, corta o efeito do medicamento. Com outro princípio ativo de antibiótico, ele prolonga o efeito. Então são interações químicas muito sérias. Tem óleos que cardíacos não podem, tem óleos que são abortivos no início da gestação. Tem que ter todo um cuidado. Precisa muita responsabilidade, muita informação. Para ingestão precisa mesmo de uma orientação médica.
Como saber qual é o óleo certo?
Vejo o quadro da pessoa, quais são os óleos mais indicados e dou para a pessoa sentir. Porque nosso sistema olfativo é nosso instinto de sobrevivência, então aquilo que não é bom pra mim o meu corpo sabe.
Então se sinto um cheiro que ele repele, aquele óleo não é bom para ele naquele momento.
Qual a diferença de terapia oral e aromaterapia?
A terapia oral é uma terapia mais energética. As ores são colocadas num bowl de água, que é exposto ao sol. Então o calor do sol vai passar a vibração da planta para a água. E aí utiliza-se essa água, que entra na nossa frequência e é como se viesse a organização vibracional. Então oral não tem o princípio ativo, ele organiza de fora para dentro.
Quais os efeitos dos aromas no organismo?
Os cientistas que ganharam o Prêmio Nobel de Medicina de 2004 (Richard Axel e Linda Buck) provaram o quanto os odores interferem no nosso humor, no nosso dia a dia e no nosso corpo. Porque o aroma vai para o sistema olfativo, que manda para o sistema límbico, que é o ‘big boss’ do hipótalamo, que dá essa informação para o corpo.
Qual a diferença entre essência e óleo essencial?
Na essência, se pega os componentes que tem maior quantidade, que são os que determinam o aroma, e se junta a uma base neutra. Então, se encontra por aí essência de lavanda por R$ 5 ou R$ 10. O óleo puro tem mais de 250 componentes químicos, que é esse conjunto de componentes que vai dar informação para o meu hipotálamo para equilbrar o sistema nervoso central. Se jogo uma base qualquer, meu sistema límbico identica que é uma lavanda, por exemplo, mas ca faltando informação. Então, tem o bem-estar, mas não tem trabalho terapêutico. O óleo essencial monta todo o quebra-cabeça, traz a memória, fechou o quebra-cabeça, manda para o hipotálamo, que aí pode produzir serotonina, equilibrar o corpo, relaxa a musculatura, isso tudo em frações de segundo.
Qual a dimensão da lavanda dentro da aromaterapia?
A lavanda é coringa da aromaterapia. Como ela equilibra o sistema nervoso central, se não tem nenhum outro óleo essencial, usa a lavanda que funciona. Porque no mínimo ela vai te trazendo pro eixo, para que se consiga olhar a situação de maneira mais tranquila. Como pode aplicar pura na pele, não tem problema.
Usos de alguns óleos essenciais
• Alecrim: analgésico, antirreumático, diurético e tônico;
• Cravo botão: alivia o cansaço;
• Hortelã pimenta: alivia dor de cabeça;
• Gerânio: tônico, analgésico, diurético, alivia a retenção de líquidos;
• Laranja amarga: ativa a circulação, regula o movimento peristáltico, acalma e reduz a irritação e ansiedade; desintoxica o organismo;
• Lavanda: analgésico e antidepressivo;
• Limão: antirreumático, acalma dores e nefralgias;
• Manjerona: analgésico, antisséptico, descongestionante, relaxante muscular, alivia dores;
• Ylang Ylan: melhora autoestima;
• Melaleuca: fortalece sistema de defesa defesa;
• Eucalipto: abre as vias respiratória.
Fonte: Diário de Canoas