Especial Dia do Médico Veterinário
Diagnóstico e Palpação em Acupuntura para Cavalos
Na Medicina Chinesa o diagnóstico pode ser dividido em 4 exames: audição, interrogatório, observação e palpação
Quando essas informações são obtidas, estabelece-se um paradigma que consolida todos os sintomas como resultado de uma única causa.
Os exames tradicionais de Claudicação tem grande valia para distúrbios articulares e de membros posteriores, mas quando se tratam de dores dorsais e de membros anteriores é necessário lembrar todas as formas de diagnóstico ao avaliar um mau desempenho ou uma claudicação sutil, através de uma anamnese completa e um bom exame físico que unido a palpação com base na acupuntura e um bom exame muscular conseguirão montar o melhor diagnóstico para o respectivo animal.
Quando tratamos de medicina veterinária equina, na maior parte dos casos não são apresentadas condições patológicas internas profundas do Zang Fu, mas percebemos um grande número de disfunções fisiológicas que acarretam lesões ligadas a estresse e restrições musculares incômodas.
As lesões, principalmente, de ordem musculoesqueléticas nos equinos podem ser diagnosticadas através da palpação dos pontos ao longo dos meridianos que percorrem o dorso do animal, correspondem aos pontos do meridiano da Bexiga e a teoria dos cinco elementos. Os equinos reagem bem a esses pontos doloridos, ou Ah Shi, quando comparados com outras espécies. É possível ainda pela palpação diagnóstica identificar distúrbios endócrinos, Herpes Vírus e disfunções neurológicas.
O meridiano da Bexiga contém pontos especializados conhecidos como pontos de assentimento, estes pontos se encontram paralelos a medula espinhal. Outros pontos especializados são os de alarme quando são de grande ajuda no diagnóstico principalmente quando tratamos de distúrbios nos órgãos.
Foto: Shoen, 2006
Partindo para o exame de palpação propriamente dito, iniciamos pelos pontos da cabeça do equino, onde são papado pontos gatilho ao longo da articulação temporomandibular, ou seja, E7, VB2, ID10. Estes se sensíveis indicam alterações nessa articulação, esta condição pode ser confirmada através da palpação em VB20 e B10. Palpa-se então os pontos ao longo do pescoço afim de saber se há hipersensibilidade em algum dos canais, os pontos geralmente papado são: TA 15, TA16, ID16, IG16, IG17, IG18, VB21, E10, R27.
Palpado pescoço e cabeça é a hora de avaliar os pontos do membro anterior, neste momento o examinador busca pontos gatilhos na região do ombro, papando os pontos ID9, IG15 e TA14, geralmente reatividade nessa região pode indicar lesão escapuloumeral. Partimos então para a palpação dos pontos P1 e VC17. Dor no primeiro ponto pode indicar distúrbios respiratórios enquanto no segundo, distúrbios relacionados ao tórax. Para finalizar o exame do membro anterior, palpa-se os pontos Ting afim de encontrar alterações nos meridianos.
A palpação do dorso e do abdômen tem grande valia, pois neles se encontram alguns dos pontos mais importantes. Estes se localizam no dorso paralelamente à coluna vertebral, são chamados de pontos shu. A palpação se inicia no B13, ponto de assentimento do pulmão, e percorre pelo pelo dorso em sentido caudal até a região lombar B23, ponto de assentimento do Rim. Os pontos da Bexiga se associam a pontos de outros órgãos e se reativos podem indicar distúrbios nos órgãos de assentimento ou lesões locais. Nesse momento o examinador passa a palpar pontos alarme localizados ao longo do abdômen e do tórax (F14, F13, VB25).
Seguindo a sequência da palpação, parte-se então para a região sacral. Esta região deve ser avaliada cautelosamente, pois é uma área de hipersensibilidade e alto índice de formação de pontos gatilho. Os principais pontos avaliados são B13, E30, VB27, VB29, VB30, B25, B27, B28. Através desses pontos podemos avaliar desde distúrbios imunológicos até alterações osteomusculares, exemplo: alterações em jarrete, casco, boleto, joelho e articulação coxofemoral.
Finalizando a palpação chegamos ao membro pélvico. Os pontos avaliados conseguiram demonstrar problemas de joelho, jarrete, até alterações locais em outras articulações. Os principais pontos palpados são B36, B37, B38, B39, VB32, e pontos Ting.
Sendo assim, percebemos que a palpação através da medicina chinesa vem para facilitar a vida do clínico, auxiliando em um diagnóstico mais preciso e confiável.
Por Letícia Vieira
Médica veterinária | CRMV-DF 3871
Fonte: Cavalus